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“Trotsky – Peça para televisores e não televisores"


Foto: Bel Gasparotto

Qual o significado de “Trotsky-uma peça para televisores e não televisores”, em cartaz no Sesc Santo André? Como os atores avisam logo no início do espetáculo, não é sobre a vida do líder comunista russo assassinado a mando de Stalin em 1940, no México.


Tampouco sobre Trotsky, o personagem cuja morte é investigada por dois policiais numa trama passada em vídeo e que serve de mote do espetáculo. A peça do grupo nucleozonaautônoma, a um espectador desavisado, vai parecer um grande caos e de qualquer outro vai exigir uma segunda visita, tantos são seus elementos, tantas são suas possibilidades.


De cara existem três planos bem delimitados que se conversam e se completam o tempo todo. O primeiro é composto pelo filme, que passa em três televisores, o segundo é a peça propriamente dita e o último, no fundo do palco, é ocupado por uma banda. Há ainda outros elementos que enriquecem a narrativa como trechos de “Carta ao pai”, de Franz Kafka, ou a referência ao assassinato do jornalista Vladmir Herzog, em 1975, pela ditadura brasileira.


Seria, contudo, um erro chamar a peça de quebra-cabeças, uma vez que não existe um significado completo e pré-concebido a espera de ser decifrado.


Uma contribuição valiosa sem dúvida pode ser dada por Nicolas Bourriaud em seu livro Estética Relacional (Ed. Martins): “a arte atual só mostra que só existe forma no encontro fortuito, na relação dinâmica de uma proposição artística com outras formações, artísticas ou não”.


O significado final de Trotsky (o personagem e a peça), portanto, só será dado pelo espectador.


Com: Marcio Castro, Talita Talissa, Daniela Giampietro e outros

Local: SESC Santo André - Rua Tamarutaca, 302, Vila Guiomar.

Ingressos: de R$ 5,00 a R$ 17,00.

Até 27/02/2015

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