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Com show, Daniel Camatta abre exposição no Museu de Santo André


Foto: Milca Ceccon (facebook)

Abre amanhã, dia 9, às 19h, no Museu de Santo André, a exposição “Em breve, nada será construído”, composta por 10 obras produzidas por Daniel Camatta e com curadoria de Milca Ceccon . O evento contará também com pocket-shows das bandas Copo Largo, do próprio artista, e Krias de Kafka.

Das dez obras, seis são trabalhos plásticos, dois são gráficos, além de um arte-objeto e uma instalação, a maioria produzidos em 2015. Há também uma video-grafia que dá nome à exposição, EM BREVE, NADA SERA CONSTRUÍDO, de autoria de Vinicius Sobrinho.

O artista, de 29 anos, nasceu em Santo André, no Parque das Nações, mas aos dois anos de idade mudou para o Parque Capuava, no fundo da casa de Julio Camatta, avô materno, a quem a exposição é dedicada. Sua produção tem traços distintivos, como o uso frequente de materiais descartados e encontrados nas ruas e a prática de fazer algumas de suas obras serem assinadas por um pseudônimo infantil, Joãzinho.

Conheça mais sobre o artista na entrevista abaixo:


Passarela Zine -Você é artista há quanto tempo? Estudou arte formalmente?

Daniel Camatta - Considero meu trabalho em registro a partir de 2008, com os meninos da banda... Ou seja, 7 anos... Sou formado em Artes Plasticas, mas já estudei Publicidade, Cinema, Musica. Sobre a intistuição, indiferente, apredemos livremente e de várias formas....


PZ -Quais os materiais utilizados nas obras expostas ?


DC -A primeira exposição, em 2012, contava apenas com madeiras achadas na rua como suporte, tinta agrilica, colagens e placas de ferro, esses elementos continuam, porém estou partindo pra outras linguagens e formas de expressão.


PZ -Todas obras são assinadas por “Joãozinho” ?


DC -Apenas uma obra terá esse pseudônimo, e ele é livre para se manifestar, eu Daniel Camatta passo por temas diversos, Joãozinho escolhe aquele que lhe cabe, futuramente espero juntar essas obras, produzir novas e claro uma individual só pra ele....rs

PZ - Qual a personalidade dele?

DC- Como eu disse ele é um pseudônimo, ou seja, ele faz parte de mim, porém eu não faço parte dele, com as responsabilidades envolvidas em minha vida, uso o João de forma irônica, saio da minha normalidade, saiu de um sistema, tenho força para critica-lo, minha pessoa não poderia, aproveito de sua poética e de sua ousadia para provocar o publico de maneira geral, já que ele é muito famoso e popular, quem nunca ouviu uma piada do Joãozinho?...rs


PZ -Como é seu trabalho com a música ?

DC - Bem antes de pensar arte visualmente, na adolescência meu barato era a musica, podemos dizer que foi ela que me levou pro universo da arte, seja plástica/visual ou musical.


PZ - Para Kandinsky, havia uma relação entre música e pintura. Você faz as duas coisas, mas elas se relacionam de alguma maneira ?

DC -Como Kandinsky não, na maneira como trabalho uma e outra são diferentes. Música e pintura se misturam apenas na temática. Trago os momentos da vida tanto para uma como para a outra.Trabalhar com música e com os meninos do Copo Largo é pensar em um time, uma equipe, a todo momento eles estão jogando tinta na minha tela, podemos dizer assim...rs Agora, a pintura e processos visuais são individuais, eu não estou dividindo aquilo com ninguém. Eu preciso parar com um pra fazer o outro, são processos diferentes, embora alguns temas estejam intercalados.


PZ - Quais suas principais influências artísticas e como podemos reconhecê-las no seu trabalho?

DC -Cara, deixo as influências em aberto, a todo tempo percebo os sons e olhares a me provocarem, sonora e esteticamente, é disso que se trata a exposição EM BREVE, NADA SERA CONSTRUÍDO, que questiona a existência das coisas, bem como a nossa também. O tempo todo estou ouvindo, vendo, lendo ou buscando algo novo e isso nos transforma. Portanto, deixo para o público fazer sua leitura, acredito que os mais atentos verão ou não influências...


PZ -Para você, como a cidade de Santo André acolhe seus artistas?

DC -Quem me acolhe é o Chalé do Pão de Queijo (PDQ), no Corredor Cultural que não funciona...rs Não há ações voltadas aos artistas da cidade. Tirando alguns privilegiados, o resto trabalha de graça, como eu. A Secretaria de Cultura nada mais é do que cabide de emprego, sucateada... Falta cachê, estrutura, e seriedade, o mínimo para os que trabalham com arte. Sabemos que não há acolhimento, não há mapa de bandas ou de artistas, o meu trabalho é produzir arte, o da prefeitura é viabilizar a cultura, deixamos as fábricas, o ABCD sobe economicamente todos os anos, e ainda somos caipiras que vamos ver arte no centro de São Paulo, não saímos da província. Muitos não conhecem os espaços voltados para a arte como o próprio Museu de Santo André, a Casa da Palavra, a Casa do Olhar, a Concha Acústica entre outros, porque não há investimento na divulgação.

Eu gostaria de ser mais otimistita, não sendo reacionário, ouso dizer que os grandes eventos da cidade são populistas e aproveitadores. O Prefeito, o Secretario de Cultura querem tapinhas nas costas, pra fingir que fazem algo pela cultura. É triste saber que temos artistas maravilhosos e trabalhadores da cultura empenhados, porém a mercê de um sistema falido, e o mais triste ainda é saber que essa é uma realidade nacional. Tempos dificeis pra produzir, bicho....

Em breve, nada será construído

De 09/09 a 30/09

Seg. a sáb. das 8h30 às 16h30

GRÁTIS

Museu de Santo André (Sala Especial)

R Senador Fláquer, 470, Centro

f. 4427 7297 / 4436 3631

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